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29 de outubro de 2024

Encontrando o equilíbrio entre expansão rápida, práticas sustentáveis e eficiência energética sem comprometer o desempenho


A DCD conversou com Victor Almeida, Diretor de Investment Banking da Piemonte Holding, antes do DCD Connect São Paulo

Em um contexto global em que a sustentabilidade se tornou uma prioridade para todos os setores, as empresas de data center no Brasil enfrentam desafios específicos ao incorporar práticas sustentáveis em suas operações diárias. Embora o país tenha uma matriz energética predominantemente renovável, garantir o acesso contínuo e econômico a fontes de energia limpa em regiões estratégicas é uma tarefa complexa.

Além disso, o rápido avanço de tecnologias como 5G e inteligência artificial exige o aumento do consumo de energia, o que requer mais investimentos em infraestrutura. Esse cenário força as empresas a inovar em soluções que não apenas otimizem o uso de recursos, mas também permitam que elas cumpram as regulamentações ambientais e atraiam investidores comprometidos com projetos sustentáveis.

É justamente sobre esse tema que será realizada uma das discussões que compõem o Investment Forum do evento DCD>Connect São Paulo, que acontecerá no Sheraton São Paulo WTC Hotel nos dias 5 e 6 de novembro. Dias antes dessa sessão, Victor Almeida, Diretor de Investment Banking da Piemonte Holding, adianta à DCD uma prévia de algumas das ideias que desenvolverá no DCD>Painel: Green finance – promovendo estratégias de crescimento sustentável para a expansão de negócios de data centers.

Atualmente, no Brasil, quais são os desafios mais significativos que as empresas enfrentam ao incorporar práticas de sustentabilidade nas operações diárias de seus data centers?

R: No Brasil, um dos principais desafios enfrentados pelas empresas de data centers, é o acesso a fontes de energia renovável de forma consistente e a custos competitivos. Embora o país tenha uma matriz energética predominantemente renovável, assegurar contratos de energia limpa a longo prazo, em regiões estratégicas, pode ser complexo. Além disso, a modernização contínua das infraestruturas para suportar operações mais eficientes e a adaptação às regulamentações ambientais exigem investimentos robustos e planejamento estratégico. Com o aumento do uso de tecnologias como 5G e inteligência artificial, o consumo de energia cresce exponencialmente, e muitas infraestruturas ainda operam com sistemas tradicionais que não priorizam a eficiência energética. Outro ponto é a necessidade de educar o mercado sobre a importância da sustentabilidade em um setor de alta demanda energética.

De que forma os data centers podem equilibrar a rápida expansão de suas operações com as crescentes exigências por práticas sustentáveis, como responsabilidade ambiental e eficiência energética, sem comprometer a performance?

R: Para equilibrar a rápida expansão e as práticas de sustentabilidade, os data centers podem adotar tecnologias avançadas que otimizem o uso de energia e recursos. A Elea Data Centers, por exemplo, investe em sistemas de resfriamento eficientes, utiliza 100% de energia renovável e adota práticas que visam o uso racional dos recursos hídricos para resfriamento em alguns sites, além de investir em redes elétricas inteligentes (smart grids). Também utiliza inteligência artificial e machine learning para monitoramento em tempo real, otimizando o consumo energético sem comprometer a performance. Uma possibilidade muito eficiente é operar em tempo real, garantindo eficiência sem sacrificar a confiabilidade e a escalabilidade das operações. Além disso, parcerias com fornecedores comprometidos com a sustentabilidade ajudam a criar uma cadeia de valor responsável.

Quais são as melhores práticas para medir e relatar o impacto ambiental dos data centers, e como essas métricas podem ser estrategicamente utilizadas para atrair investidores interessados em projetos sustentáveis?

R: Para medir e relatar o impacto ambiental, os data centers podem adotar sistemas de monitoramento robustos, como os Sistemas de Gestão de Energia (EMS), a ISO 50001 para gestão de energia e Sistemas de Gestão Predial (BMS) que automatizam o controle e monitoramento de equipamentos. Além disso, o uso de plataformas de IoT para coleta de dados em tempo real sobre consumo de energia e temperatura, combinado com dashboards de análise de big data, oferece uma visão clara do impacto ambiental. Essas métricas devem ser transparentes e auditáveis, além de alinhadas aos objetivos globais de sustentabilidade, o que fortalece a confiança dos investidores e cria uma narrativa de longo prazo focada em crescimento sustentável. Também podem ser estrategicamente utilizadas para atrair investidores ao demonstrar um compromisso real com ESG. A Elea Data Centers, por exemplo, tem se destacado ao aplicar essas práticas, o que tem sido um diferencial nas modelagens de investimento da Piemonte Holding, garantindo que os recursos sejam alocados em projetos verdadeiramente sustentáveis, o que é extremamente valorizado por investidores que buscam impacto ambiental positivo.

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