Na mídia

8 de abril de 2022

Expansão do edge computing impulsiona crecimento exponencial dos data centers no Brasil


O mercado de data centers no Brasil, avaliado em aproximadamente 4,5 bilhões de dólares anuais, está prestes a crescer significativamente impulsionado pela demanda gerada pelas tecnologias 5G e edge computing. Com a crescente necessidade de processamento e armazenamento de dados em tempo real, a Elea Digital Data Centers, controlada pela Piemonte Holding, está posicionada para liderar esse crescimento.

“O edge computing melhora a experiência do usuário final ao reduzir a latência, tornando tudo mais rápido. Com a expansão dessa tecnologia, surge o conceito de data centers menores, localizados estrategicamente para processar e armazenar dados próximos ao ponto de origem. Esses espaços precisarão se comunicar com grandes data centers, o que impulsionará a demanda por novas instalações,” explicou Roberto Rio Branco, Vice-presidente de Marketing & Relações Institucionais da Ascenty.

Alexandro Castelli, diretor de marketing da Matrix, complementou: “O 5G e o edge computing vão gerar uma demanda exponencial por data centers. O 5G requer uma densidade maior de antenas, o que aumenta a necessidade de pontos de interconexão com baixa latência. Isso forçará os provedores a distribuírem suas saídas IP com um maior número de operadoras em diferentes estados.”

Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte Holding e Presidente da Elea Digital, destacou que o edge computing terá um impacto significativo na demanda, com empresas de TI tradicionais expandindo suas alocações de racks em várias regiões, seguindo uma tendência observada nos mercados europeu e norte-americano. “O 5G, em conjunto com o edge computing, está impulsionando investimentos significativos em novas infraestruturas,” afirmou.

Investimentos e Expansão

O setor de data centers no Brasil está em um ciclo de investimentos robusto. A Ascenty, por exemplo, planeja investir R$ 1,35 bilhão em 2022. Segundo Roberto Rio Branco, a empresa já investiu R$ 1 bilhão na América Latina em 2020 e R$ 1,5 bilhão em 2021, com 80% desse valor destinado ao Brasil. O faturamento da Ascenty cresceu 50% em 2020 e mais de 32% em 2021, alcançando R$ 1,3 bilhão.

Alessandro Lombardi destacou que o aumento da capacidade instalada no mercado de data centers requer planejamento e execução de pelo menos um ano. “Estamos crescendo de forma relevante em 2022, resultado da demanda gerada em 2021. Observamos uma demanda ainda mais forte no primeiro trimestre de 2022, especialmente no Brasil e na América Latina, que estão se tornando motores do crescimento global do setor,” disse Lombardi. Ele também projeta um crescimento contínuo de 10% a 15% ao ano no médio e longo prazo, com a Piemonte Holding e a Elea planejando uma expansão acelerada em regiões menos atendidas do Brasil.

Crescimento e Tendências

Rodrigo Oliveira, Diretor de Negócios de Datacenter & Cloud da Lumen Brasil, compartilhou que a empresa vem crescendo a uma taxa de dois dígitos há três anos consecutivos, com um recorde de crescimento em 2021. A Lumen está expandindo seus data centers em Cotia (SP), Rio de Janeiro e Curitiba, e pretende continuar essa expansão para outras capitais brasileiras e da América Latina.

A Matrix também tem experimentado crescimento acelerado, com uma taxa de dois dígitos em cada semestre desde o início da pandemia. Alexandro Castelli identificou duas tendências principais: Cloud First e Digital First, que estão impulsionando a adoção de soluções digitais e autoatendimento em todos os setores.

Novas Demandas

Empresas de todos os segmentos estão migrando para data centers de alta disponibilidade, impulsionadas pela crescente necessidade de armazenamento de dados e pela chegada do 5G. Roberto Rio Branco observou que, inicialmente, a maior demanda vinha de empresas de tecnologia, mas hoje essa necessidade se estende a todos os setores, especialmente após a pandemia.

Alessandro Lombardi enfatizou que o segmento de médias empresas está aderindo à transformação digital, adotando arquiteturas de sistema mais sofisticadas que exigem data centers profissionais e dedicados. “Esse movimento é amplo e quase geracional, impulsionado por prestadores de serviços de soluções cloud,” afirmou.

Regulação e Sustentabilidade

Lombardi também chamou a atenção para a necessidade de soluções sustentáveis no setor de data centers, especialmente em relação ao consumo de energia. “O consumo de energia do setor de data centers no Brasil está se aproximando de 2% do total industrial, e essa porcentagem deve aumentar. É essencial que pensemos em soluções eficientes de produção de energia para evitar os erros do passado e contribuir para a preservação do meio ambiente,” concluiu.

Atualmente, o Ministério das Comunicações não possui projetos em andamento para conceder incentivos fiscais a data centers, apesar de estudos anteriores sobre o tema.